O termo biocluster deriva do conceito de clustering proposto, em 2000, por Michael Porter, professor da Universidade de Harvard, que definiu clusters como concentrações geográficas de unidades interligadas, fornecedores especializados, prestadores de serviços, empresas em indústrias similares e instituições associadas num determinado setor, que competem mas também cooperam.
Esta abordagem colaborativa entre pares, se aplicada às biotecnologias, favorece a inovação, proporciona ferramentas para alcançar objetivos ambiciosos e tem um efeito positivo na economia local, visto otimizar a produtividade no interior do biocluster e reduzir a sua pegada ecológica, graças a novas soluções de base biológica e vegetal, numa lógica de economia circular.
A biodiversidade consiste em todas as formas de vida que podemos descobrir numa determinada área: a variedade de animais, plantas, fungos e microrganismos (como bactérias) que compõem o nosso ambiente natural. O termo procura descrever a riqueza e a variedade do mundo natural e é função quer do número de espécies, quer do número ou grau de abundância de cada uma dessas espécies.
Em termos mais abstratos, a biodiversidade engloba não só milhões de espécies e milhares de milhões de indivíduos, mas também os biliões de características diferentes que esses indivíduos apresentam. Quanto maior for a diversidade, mais a biosfera será capaz de lidar com a mudança, manter o equilíbrio e sustentar vida.
Bioenergia é a designação atribuída à energia obtida por meio de biomassa, matéria orgânica derivada do mundo vivo. Essa energia resultante pode ser utilizada na produção de calor, eletricidade e combustíveis. A biomassa – produzida em terra pelas plantas e nos oceanos pelas algas – é uma fonte de energia renovável e gera poucos poluentes, visto reciclar matéria orgânica, óleos vegetais e resíduos florestais/agrícolas, constituindo, portanto, uma boa alternativa às fontes de energia convencionais.
A biotecnologia é definida pela OCDE como “a aplicação da ciência e tecnologia aos organismos vivos, bem como às suas partes, produtos e modelos, de forma a alterar materiais vivos ou não vivos para a produção de conhecimento, bens e serviços”. A biotecnologia consiste, assim, num conjunto de tecnologias facilitadoras, que podem ser aplicadas a diversos setores de atividade.
Por ser fortemente dependente de conhecimento e tecnologia, tem um papel relevante na promoção da inovação, da produtividade e do crescimento económico de setores tradicionais, além de contribuir para a melhoria da qualidade de vida das populações e a proteção ambiental. Esta definição simplificada (2002, atualizada em 2016) abrange toda a biotecnologia moderna, mas também muitas atividades tradicionais ou limítrofes.
Fonte – P-BIO
A biotecnologia marinha contribui para o combate às alterações climáticas, através do cultivo à escala industrial de formações de algas. Ao crescerem, estas funcionam como um sistema de captura e armazenamento de dióxido de carbono e de outros efluentes industriais, e podem ser utilizadas como biomassa na produção de bioenergia, bioplásticos e fertilizantes ou na remediação de solos.
Comunidade de energia renovável (CER) consiste numa comunidade constituída por um conjunto de consumidores que, através de uma instalação partilhada, produz parte ou, no limite, a totalidade da energia elétrica que consomem, através de recursos renováveis. Uma CER permite aos seus membros obter os benefícios de um sistema de autoconsumo.
A ecologia é o ramo da biologia que estuda as interações e relações entre organismos e entre organismos e o seu ambiente.
Economia Circular é um modelo económico orientado para a eliminação do desperdício e a utilização contínua de recursos. A Economia Circular (EC) recorre à partilha, reutilização, renovação, remanufatura e reciclagem para criar um sistema de circuito fechado.
Todo o desperdício se transforma em matéria-prima para o processo seguinte, por isso, contrasta com a Economia Linear tradicional, que segue um modelo baseado em extrair, produzir, utilizar, desperdiçar. Apoiado pela transição para fontes de energia renovável, o modelo circular baseia-se nos princípios de reduzir resíduos e emissões desde a origem, e manter produtos e materiais em uso.
Fonte – Fundação Hellen MacArthur
Gases com efeito de estufa (GEE) são substâncias gasosas presentes na atmosfera e que absorvem parte da radiação infravermelha emitida pelo Sol e refletida pela superfície terrestre, dificultando o escape desta radiação (calor) para o espaço. São responsáveis por manter a Terra aquecida.
O efeito estufa é, assim, um fenómeno natural, essencial à manutenção da vida terrestre. Caso não existisse, o calor escaparia da superfície terrestre, provocando um intenso arrefecimento. Todavia, a ação humana tem sido responsável pelo aumento da concentração desses gases na atmosfera levando ao aumento da temperatura média global.
O Protocolo de Quioto regula os principais GEE: dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, e os gases fluorados com efeito estufa (hidrofluorcarbonetos, perfluorcarbonetos e hexafluoreto de enxofre).
O hidrogénio (H2) assume um papel cada vez mais importante nos processos de transição energética e neutralidade carbónica. Seja em aplicações na indústria e nos transportes, seja na investigação e desenvolvimento de novas soluções, o H2 já é considerado um dos principais elementos de mudança no setor da energia em todo o mundo.
Considera-se hidrogénio verde o elemento produzido exclusivamente a partir de processos que utilizem energia de fontes de origem renovável. Por essa razão, o hidrogénio verde deve ser entendido como hidrogénio renovável, cujas emissões de gases com efeito de estufa ao longo do ciclo de vida da sua produção devem ser zero ou muito próximas de zero.
Eletrointensivas ou grandes consumidoras de energia elétrica são as indústrias que, em Portugal, registem um consumo anual igual ou superior a 20 GWh, e um consumo anual nos períodos de vazio e supervazio igual ou superior a 40 % do consumo anual de energia elétrica, incluindo a energia proveniente de autoconsumo e serviços de sistema.
Essas indústrias devem ainda registar um grau de eletrointensidade anual igual ou superior a 1 kWh/(euro) de valor acrescentado bruto (VAB). No país, as indústrias eletrointensivas operam nos setores dos cimentos, pasta e papel, siderurgia, fundição, petroquímica, minas, química de base e gases industriais.
A mobilidade sustentável representa a capacidade de dar resposta à necessidade da sociedade deslocar-se livremente, aceder, comunicar, transacionar e estabelecer relações, sem sacrificar outros valores humanos e ecológicos no presente e no futuro.
Fonte – World Business Council for Sustainable Development (WBCSD)
O conceito de neutralidade carbónica exprime o ponto de equilíbrio, um balanço neutro ou balanço zero entre as emissões de dióxido de carbono e outros gases com efeito de estufa (GEE) e o seu sequestro da atmosfera.
O recurso a novos produtos de base biológica, permitindo passar de matérias-primas fósseis não renováveis para processos de produção circular de base biológica, é essencial para fazer frente às alterações climáticas. Indústrias eficientes em termos de recursos, competitivas e de base biológica são importantes motores dessa mudança.
Ao produzirem materiais biológicos renováveis a partir de resíduos e biomassa, de uma forma inovadora, sustentável e circular, estas indústrias contribuem para a neutralidade carbónica, ao mesmo tempo que criam emprego e promovem o crescimento económico.
Trata-se de fomentar a segurança alimentar de uma população mundial em crescimento e de satisfazer a procura de produtos sustentáveis, através da produção integrada e eficiente de alimentos, rações, produtos de base biológica, serviços e energia com um impacto ambiental mínimo.
Fonte – Circular Bio-based Europe (CBE Joint Undertaking)
A simbiose industrial, componente da Economia Circular, reside na capacidade das empresas em utilizarem os resíduos ou os subprodutos de umas como matérias-primas de outras. Deste modo, ao valorizar-se e reintroduzir-se os materiais já usados no processo produtivo, consegue-se consumir de forma mais eficiente os recursos e assim aumentar a sua produtividade na economia.
Com a simbiose, além de se evitar que um resíduo possa ir para aterro, ele ganha um novo valor ao servir a produção de uma outra fábrica. Estas simbioses podem ocorrer quando há troca física de materiais, energia, água, resíduos ou efluentes.
As soluções baseadas na natureza procuram resolver conjuntamente problemas sociais e ambientais, sobretudo as alterações climáticas, a segurança da água e dos alimentos, a poluição e o risco de catástrofes.
Alguns exemplos são a plantação de mangues para impedir a erosão da costa, novas áreas marinhas protegidas para aumentar o número de peixes, cidades mais verdes para reduzir a temperatura do ar, criação de zonas húmidas para impedir inundações e reflorestação como meio natural de captura e armazenamento de dióxido de carbono.
As soluções baseadas na natureza têm muitas vezes uma boa relação custo/benefício e a vantagem significativa de aumentarem a biodiversidade.
Fonte – Uma Vida no Nosso Planeta, testemunho de David Attenborough
Sustentabilidade designa, literalmente, a capacidade de algo continuar indefinidamente. Por outras palavras, a capacidade de satisfazer as nossas necessidades no presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades.