O Programa Doutoral e de Formação Avançada EngIQ completou 15 anos e o marco foi comemorado numa iniciativa conjunta da APQuímica, da Direção do EngIQ e da Galp, enquanto empresa anfitriã, na Refinaria de Sines.
O evento “15 anos EngIQ” pretendeu realçar uma ligação Academia-Indústria única no país, projetando-a para o futuro, num momento de forte transformação da indústria química em Portugal, na Europa e no Mundo, com projetos inovadores liderados pelo setor. Falamos, por exemplo, do hidrogénio verde, da cadeia de valor de baterias de lítio para veículos elétricos, e do sequestro e utilização de CO2, além de outros projetos da economia circular, da bioquímica/biotecnologia e dos novos materiais.
No Complexo de Sines, a Comunidade EngIQ - mais de 80 doutorados e doutorandos; as cinco maiores escolas de engenharia química do país e as suas unidades de investigação; e mais de 15 empresas industriais do setor, entre grandes empresas, PME e startups - teve oportunidade de visitar a Refinaria e o Centro de Investigação Prof. Ramôa Ribeiro.
Já em sala, intervieram as responsáveis pelas áreas de Refinação e de Inovação da Galp, respetivamente Cristina Cachola e Ana Casaca; o Presidente da APQuímica, Luís Gomes; e os Professores Fernando Gomes Martins e Sebastião Feyo de Azevedo, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, responsáveis atual e passado pela direção académica do EngIQ. Depois, a palavra coube aos principais protagonistas do EngIQ – estudantes (alumni e atuais), empresas e universidades.
Em duas sessões complementares, ouviram-se testemunhos, partilharam-se experiências e discutiram-se perspetivas de evolução, com o objetivo de projetar para o futuro o Programa EngIQ, unanimemente considerado um caso de sucesso, que importa preservar e reforçar.
O forte e continuado compromisso do grupo A4F com o programa EngIQ ficou mais uma vez demonstrado, até através da larga participação que a HyChem, empresa parceira do Programa, assegurou em Sines.
Tal como em momentos anteriores, quando o EngIQ atravessou fases complexas (2018-2019) até ser renovado o atual protocolo entre a APQuímica e a Fundação para a Ciência e Tecnologia, o grupo A4F reafirmou o seu apoio incondicional ao Programa e ao seu desenvolvimento futuro, nos moldes de sucesso em que hoje se desenvolve.
Essa defesa do EngIQ e esse empenhamento ficaram bem evidenciados nas intervenções de Bruno Sommer Ferreira, convidado de um dos painéis: “Do lado do grupo A4F, mantemos o nosso continuado compromisso com o programa EngIQ e também o nosso papel enquanto entidades de acolhimento”.
O que se traduz, enunciou aquele dirigente, “no acesso a infraestruturas, know-how e demais meios”, oferecendo a oportunidade de “trabalhar em temas complexos com aplicação concreta na realidade das empresas, seja para resolver problemas prementes, seja para desbravar conhecimento conducente a novas oportunidades de negócio”.
Bruno Sommer Ferreira confessou-se “impressionado” com as métricas apresentadas e que, comentou, “mostram que um programa focado é instrumental na formação e retenção de recursos humanos altamente qualificadas no nosso tecido económico, algo que deveria ser uma opção estratégica, passada a fase de investimento em qualificação como um fim em si mesmo”.
Já na sua 16.ª edição, o EngIQ consiste num programa de estudos pós-graduados e numa plataforma para investigação nas áreas da engenharia da refinação, petroquímica e química (www.eng-iq.pt).
Tem por objetivos o apoio ao aumento da competitividade das empresas a operar em Portugal, através da integração dos estudantes de doutoramento em ambiente empresarial; e a promoção do conhecimento especializado nestas áreas.
O EngIQ engloba um programa doutoral e um curso de formação avançada, desenhados para atender às necessidades de formação em áreas relevantes do conhecimento e de negócios, nas quais várias empresas nacionais e internacionais operam em Portugal.
Nas suas 15 primeiras edições (2009-2023), o EngIQ admitiu 82 estudantes de PhD, tendo 47 concluído os seus projetos com doutoramento. Nas empresas, 153 colaboradores frequentaram cursos de formação avançada e módulos à medida.
Este programa tem características únicas, porquanto assenta numa parceria inovadora entre as cinco maiores escolas de Engenharia Química do país e as suas áreas de I&D (Universidade de Aveiro, Universidade de Coimbra/FCT, Universidade de Lisboa/IST, Universidade Nova de Lisboa/FCT e Universidade do Porto/FEUP), e as empresas industriais associadas da APQuímica.
No plano empresarial figuram a HyChem, a A4F Alga Fuel e a Biotrend, ao lado da Galp, Bondalti, EuroResinas/SonaeArauco, Cires, Repsol Polímeros, Hovione, Smallmatek e Sika, entre outras.
Com os temas de doutoramento propostos pelas empresas (demand-driven) e maioritariamente desenvolvidos em ambiente industrial, o EngIQ registou ao longo dos seus 15 anos de atividade uma taxa de empregabilidade próxima dos 100%, sendo um caso de estudo português reconhecido a nível europeu pela ligação Academia-Indústria, pela transferência de conhecimento e pela inserção de doutorados no tecido empresarial.