Perante larga assembleia, que esgotou a lotação de uma tenda instalada expressamente para o efeito, a APQuímica (Associação Portuguesa da Química, Petroquímica e Refinação) procedeu à apresentação do Roteiro e do seu plano de execução, e deu ainda a conhecer os resultados preliminares já alcançados.
Esta foi uma primeira discussão sobre os temas fundamentais do RNCIQ PT 2050 e contou com uma intervenção da Secretária de Estado para a Energia, Maria João Pereira, que sublinhou o desafio deste setor: “A necessidade de fazer uma grande transição energética. O primeiro desafio que a indústria tem procurado ultrapassar é o de baixar o consumo de energia aumentando a eficiência dos processos. A este nível, a indústria tem investido em investigação e desenvolvimento para a adoção de energias mais limpas e mais eficientes energeticamente, cuja implementação tem resultado numa melhor utilização de energia consumida, mas também numa diminuição relevante da quantidade de emissões.”
A participação, em mesa-redonda, de dirigentes de direções-gerais e institutos públicos (DGAE, IAMPEI, APA, DGEG e ADENE), bem como um debate com os gestores de algumas das maiores empresas químicas e petroquímicas nacionais, como a Bondalti, a Galp e a Repsol Polímeros, cumpriram o objetivo de mobilizar os associados da APQuímica, em especial as empresas industriais do setor, e outros stakeholders públicos e privados relevantes para as fases seguintes do Roteiro, com financiamento PRR C11, no âmbito do qual se pretende identificar, discutir e executar os diferentes cenários e caminhos de descarbonização do setor.
Numa intervenção de boas-vindas, o CEO da HyChem, Manuel Gil Antunes, sublinhou que, desde 2021 e visando já o objetivo de descarbonização, a HyChem tem vindo a “transformar-se num living lab da transição energética e da implementação de soluções de economia circular para a indústria química”.
Afirmou, por outro lado, que “a criação de um hub para o desenvolvimento da tecnologia e utilização de hidrogénio verde, como vetor de armazenamento e fonte de energia renovável, como matéria-prima para processos industriais, e como polo de acolhimento e desenvolvimento de tecnologias para a produção e utilização de biomassa para diferentes aplicações, tem seguido um modelo perfeito de economia circular”.
Manuel Gil Antunes frisou, ainda, que este Roteiro é uma oportunidade para a colaboração entre empresas, tanto da área química como de outros setores económicos.
O Conselho Europeu da Indústria Química também teve representação nesta ação, através do seu diretor-geral, Marco Mensink, que, na sua comunicação, esclareceu a perspetiva da descarbonização da Indústria Química à escala europeia.
O Roteiro para da Neutralidade Carbónica da Indústria Química Portuguesa visa cumprir o objetivo de concretizar a convergência do processo de transformação do setor, com o respetivo processo de descarbonização e transição energética; terá várias fases e dispõe de uma ferramenta de autodiagnóstico do processo de descarbonização nas empresas.